sexta-feira, dezembro 03, 2004

Libertação

Grito,
Ninguém me ouve!
Volto a gritar,
Nada!
Tanta gente lá,
Derivando num torpor oco
Subjugada pela alienação fácil

Clamo por justiça,
Mas continuam a não me ouvir

Impudicamente algumas crianças olham-me
E eu retomo o grito libertino,
Exasperado!
Adultos impedem as crianças de olhar-me.

Nelas sentia a esperança
Compreendiam a minha exasperação
Este inconformismo rebelde,
Aviltado pelo mundo.

Segue a Vida,
Prosseguem os dias
Mas não!
Não me calo!
Ninguém me demove da minha sede de justiça,
Contra o laxismo em que quedou o mundo,
Esta sociedade frouxa e vazia.

Duarte Olim

2 Comments:

At 12:28 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Vim retribuir a tua visita ao blog «O Sabor das Palavras» e tenho de confessar que fiquei, deveras, surpreendida com a qualidade deste teu espaço. Parabéns. Gostei do teu grito de Libertação... identifico as tuas palavras com o meu sentir. Também eu «Não me calo!» e, sobretudo, tudo farei para que «Ninguém me demova da minha sede de justiça». Voltarei mais vezes porque gostei muito de por aqui passar, assim o tempo disponível mo permita. Bjs, da Ermelinda

 
At 11:20 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Faz parte do sentido da vida...ou são momentos?
Chorar sem razão. Apetecer baixar os braços e deixar correr..
Sentir aqueles dias que parece que tudo nos foge por entre os dedos. Dias em que os sonhos voam velozes em abandono. Cansados num corpo que parece que não é o nosso
Em que nós rimos da tristeza que nos assola..Parece que todos os rostos nos olham de revés, suspeitos..
Na ponta dos dedos um formigueiro.. Que rapidamente avança pelas veias e alastra-se a todo o corpo. Turba a vista, cristaliza-a dilatando desmesuradamente as pupilas, não vemos nada..Pensamentos que tomam conta da mente, bloqueando todo o bom senso e a razão.
Um aperto no peito que sufoca, aclama por um grito, de desabafo e de dor. Dor por mim.. Dor por ti.. Dor que nem eu sei porque a sinto. Finalmente conseguimos gritar, um grito longo como um uivo .E o corpo relaxa a mente acalma e sentimo-nos perdidos..
Perdida em mim.
Ou sufocada pela rotina do dia-a-dia..
Escrever é uma forma de nos vermos a nós próprios do outro lado do espelho?
Ou existem seres perfeitos..?

Margarida

 

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