Resgatando Memórias
Esquecidos no caderno de notas, decidi publicar alguns rascunhos, desfasados no tempo (talvez da realidade), que achei merecedores de uma leitura, depois de devidamente retocados, rearranjados e revisados. Fi-lo por interesse, para que não perca memórias de viagens passadas, enquanto os tenho coligidos em cadernos perecíveis pelo tempo e, quem sabe, pelas térmitas. Fi-lo ainda porque o retrato é demasiado estático e cru, não reproduzindo as sensações e os pictogramas que uma crónica faz reflectir. Como li num blogue da concorrência, o “mundo lê-se a viajar”. Achei que essas leituras, mesmo que pouco condizentes com a realidade por manifesta inaptidão do errante, ainda assim não deixam de expressar a minha visão (ou miopia) em momentos circunstanciais, mas que, reconheço, não testemunham, nem de perto, a total essência dos lugares. Nuns casos, estas crónicas podem reflectir emoções diversas, algumas que podem indiciar um exacerbamento desmedido, tendente a gerar interpretações óbvias que, aconselho, não sejam levadas à letra. Quem escreve por vezes tende a estes desvarios. O certo e sabido é que para destrinçar a identidade de um povo, de uma cidade, de um país, é requerido mais tempo, largos meses, quiçá anos de interacção e vivência nesse meio. Todavia, nas minhas breves evasões, não deixo de interpretar outros quotidianos, outras regularidades, os esboços que os cenários e comportamentos transmitem, para um diagnóstico que me enriqueça, e por comparação, me permita uma visão ampla da complexidade do ser humano, da paisagem humanizada, e da outra, escassa, cada vez mais delapidada pela cobiça mundana.
2 Comments:
Duarte
A medida que vou aferindo o estro especioso dos teus poemas e prosas… vou mergulhando num mundo etéreo, onde o sol fulvo do êxtase vai-me envolvendo: em cada pensamento, cada frase, cada palavra!... Fazes transportar o leitor a um mundo de magia! Os teus artigos são uma simbiose de assuntos pedagógicos, recreativos… em suma, uma janela aberta ao mundo de cultura migrante e polissémica!...
A quem te compararei!? Homero, Platão, Shakespeare, Camões, Rouseau, Almeida Garrett, Schiller, Xenofonte, Goeth, Gil Vicente…?!
Continua a extasiar-nos com o que escreves.
Bj
Filomena Gomes Camacho
Londres
Saudades de te ler.
Filomena Gomes Camacho.
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