Mentes de Ocasião
Sopram,
Ventos de azimutes incertos,
De latitudes esquecidas,
Que provocam o quedar das folhas lívidas de Outono,
Que pendem os canaviais ondulantes,
Na direcção do seu sopro.
Revolvem o mato e vociferam nas fissuras das paredes,
Assobiam das janelas mal calafetadas.
Eis-te! Varrendo algumas mentes,
Essas, carentes de afirmação,
De ideias próprias que ripostem a este vento dominante,
Ao fluxo do êxito fácil.
Mentes frívolas,
Que entre a emoção e a razão,
Escolhem a oportunidade,
A servil ocasião.
Mentecaptos,
De verticalidade obtusa,
Flácidos no sim e não,
Mercê de conveniências e ensejos,
Para a vida vencer,
Hesitantes pela dominância do vento,
Que à revelia da pseudo-afirmação,
Faz esquecer a rectidão,
E da vida, das vivências,
Sobejam a servidão ignóbil e vã.
5 Comments:
Duarte
Por estes dias também sinto por aqui esses ventos e o que me lembra sempre é o desconcerto do mundo de Camões. Regressar a ele é sempre um refrigério.
Um beijinho
Às vezes também me apetece desejar que os ventos se transformem em enormes tempestades e que estas possam purgar as vozes tresmalhadas do saber precário, cínico e obediente ao oportunismo.
É que depois da tempestade, sempre vem a bonança.
Beijinhos Duarte.
Duate, está aqui um bonito trabalho, gostei!
"Sopram,
Ventos de azimutes incertos,
De latitudes esquecidas,
Que provocam o quedar das folhas lívidas de Outono..."
Beijinhos.
Duarte,
Excelente sopro de palavras contra o conformismo e a falta de determinação.
Beijos ;)
Rute
mas há que lutar contra esses ventos malfazejos, Duarte. nunca desistir!
beijos.
Enviar um comentário
<< Home