quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Levada


 Posted by Hello

Serpenteando a montanha,
Por vales estreitos, abismos abruptos,
Rasgando nevoeiros opacos,
Segue branda,
A poção cristalina e pura
Das nuvens extorquida,
Com zelo e engenho,
Até à despedida.

Da ilha escarpada,
Nas levadas sulcadas
Pelo brio e suor,
Da remota coragem bravia,
Corre nestes trilhos de vida,
Quais veias do mundo
Da Atlântida perdida.

Uma melodia sedutora
Ressoa no seu quedar
Em notas celestiais
Inaladas por odores campestres.
Assim lentamente
Desliza, calcorreia a vegetação,
Descendo devagarinho
Até à civilização.

Transportadora de nuvens,
Da brisa húmida oriunda,
Segue o líquido da vida,
Que ampara os viajantes,
Alivia a secura
Irrigará os campos
E as encostas de verdura.

Poema e imagem: Duarte Olim

4 Comments:

At 3:26 da tarde, Blogger Estrela do mar said...

..."(...)Uma melodia sedutora, Ressoa no seu quedar,
Em notas celestiais(...)"...senão te importas eu fico com este pedacinho...porque adorei!!!...e que belo poema este que escreveste...


Um beijinho*.

 
At 3:51 da tarde, Blogger musalia said...

Linda maneira de chamar a chuva! Belo poema, Duarte :)
beijinhos.

 
At 1:33 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Olá! :)
Passei por aqui... deixo-te um beijinho!

Judite

 
At 1:50 da tarde, Blogger clarinda said...

Olá Duarte,
A poção cristalina do teu poema corresponde, para mim, à ânsia de perfeição perseguida ao longo da vida que tão bem caracterizaste pelo percurso por ela seguido.
Um beijinho

 

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