Vistam-me de Folhas!
Rasguem-me estas vestes lúgubres!
Afastem de mim estes tons funestos!
E vistam-me de folhas!
Espalmadas como as das árvores caducas
Vistam-me de folhas!
Coloridas como as estações que matizam a paisagem.
Vistam-me de Outono!
Vistam-me de Primavera!
Se desnudar-me no Inverno
Vejam a minha alma,
Casta e nua.
Finado pareço, eu sei!
Incendiado pelo Outono de fogo
Das folhas caídas, varridas…
Desdenhosas.
Mas, nos raios precoces do solstício
Renasço com vigor!
Buliçoso,
Na elevação para o céu
De verdes claros translúcidos
De fino recorte foliar
Harmónica sintonia com a natureza
Campestre vida que eu queria.
Poema: Duarte Olim
Foto daqui
6 Comments:
"Harmónica sintonia com a natureza"
onde te vestes de folhas.
Beijinhos.
Amigo Duarte
Tu és o eterno poeta na natureza. Seja em pétalas de mar ou em ondas de folhagem!
"Campestre vida que eu queria."
Como te compreendo... acredita.
Abraço
Olá Duarte,
O teu poema está cheio de ansiedade, ansiedade pela chegada da luz e da cor da primavera, da vida a renascer, embora 'te' saibas de aspecto lúgubre.
Arranjei mais uma corrente para ti, espero que aceites, vai ver no águaviva.
Um beijinho
a natureza na tua poesia
visto o teu poema de folhas coloridas e passeio nos teus versos que cheiram a primavera
"Harmónica sintonia com a natureza"
belo
beijinhos
lena
É bom ver que "voltaste" a enriquecer os dias de quem te visita (quase diariamente) em busca de algum néctar para a Alma.
Abraço!
AM
e é um renascer cíclico, como a natureza. interessante como te vês, vestido de tristeza, sombrio mas ao mesmo tempo com o desejo de transmutação em todas as sensações, as fortes, estivais, as amenas, primaveris, as de fogo, outonais...regressando à nudez primordial, do inverno.
sabemo-nos quase inânes mas há a chamazinha que não nos deixa perecer.
beijinhos, Duarte :)
Enviar um comentário
<< Home