quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Vistam-me de Folhas!



Rasguem-me estas vestes lúgubres!
Afastem de mim estes tons funestos!
E vistam-me de folhas!
Espalmadas como as das árvores caducas
Vistam-me de folhas!
Coloridas como as estações que matizam a paisagem.
Vistam-me de Outono!
Vistam-me de Primavera!
Se desnudar-me no Inverno
Vejam a minha alma,
Casta e nua.

Finado pareço, eu sei!
Incendiado pelo Outono de fogo
Das folhas caídas, varridas…
Desdenhosas.
Mas, nos raios precoces do solstício
Renasço com vigor!
Buliçoso,
Na elevação para o céu
De verdes claros translúcidos
De fino recorte foliar
Harmónica sintonia com a natureza
Campestre vida que eu queria.

Poema: Duarte Olim
Foto daqui

6 Comments:

At 10:51 da tarde, Blogger Memória transparente said...

"Harmónica sintonia com a natureza"
onde te vestes de folhas.

Beijinhos.

 
At 9:03 da tarde, Blogger DT said...

Amigo Duarte

Tu és o eterno poeta na natureza. Seja em pétalas de mar ou em ondas de folhagem!

"Campestre vida que eu queria."

Como te compreendo... acredita.

Abraço

 
At 11:13 da manhã, Blogger clarinda said...

Olá Duarte,

O teu poema está cheio de ansiedade, ansiedade pela chegada da luz e da cor da primavera, da vida a renascer, embora 'te' saibas de aspecto lúgubre.

Arranjei mais uma corrente para ti, espero que aceites, vai ver no águaviva.

Um beijinho

 
At 9:00 da tarde, Blogger lena said...

a natureza na tua poesia

visto o teu poema de folhas coloridas e passeio nos teus versos que cheiram a primavera

"Harmónica sintonia com a natureza"

belo

beijinhos

lena

 
At 10:11 da manhã, Anonymous Anónimo said...

É bom ver que "voltaste" a enriquecer os dias de quem te visita (quase diariamente) em busca de algum néctar para a Alma.

Abraço!

AM

 
At 10:46 da manhã, Blogger musalia said...

e é um renascer cíclico, como a natureza. interessante como te vês, vestido de tristeza, sombrio mas ao mesmo tempo com o desejo de transmutação em todas as sensações, as fortes, estivais, as amenas, primaveris, as de fogo, outonais...regressando à nudez primordial, do inverno.
sabemo-nos quase inânes mas há a chamazinha que não nos deixa perecer.

beijinhos, Duarte :)

 

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